Empresas enfrentam dificuldades para contratar, aponta pesquisa.

14 de janeiro de 2014

91% das companhias ainda têm problemas para preencher vagas. 66% das vagas são para técnicos.

​Estudo da Fundação Dom Cabral mostrou que a maioria das empresas ainda encontra dificuldades para contratar profissionais qualificados. De acordo com a segunda edição da pesquisa “Carência de Profissionais no Brasil”, divulgada nesta terça-feira (14), 91% das companhias ainda têm problemas para preencher suas vagas abertas.

Na primeira edição do levantamento, de 2010, 92% das empresas não conseguiam contratar profissionais.

A pesquisa, conduzida pelo Núcleo CCR de Infraestrutura e Logística, consultou 167 empresas de diversos setores da economia, que representam 23% do PIB do país.

Em 2010, os profissionais mais difíceis de contratar eram técnicos (45%), engenheiros (34%) e gerentes de projetos (29%). Já em 2013, compradores (72%), técnicos (66%) e administradores (65%) foram as posições mais escassas no mercado.

Em uma análise por área, a produção/chão de fábrica continua sendo a mais difícil de encontrar profissionais capacitados, com 52% na edição de 2010 e 47,3% em 2013. A pesquisa também mostrou que as funções técnica e operacional são as posições de qualificação mais precárias, segundo 45,06% (em 2010) e 50,62% (em 2013) das empresas consultadas.

“Em 2010, algumas profissões tinham destaque na dificuldade de contratação; no estudo deste ano, nota-se que está mais difícil contratar uma gama maior de profissionais”, ressalta Paulo Resende, coordenador do Núcleo CCR de Infraestrutura e Logística e responsável pela pesquisa.

Falta de profissionais capacitados
Segundo a pesquisa de 2013, a escassez de profissionais capacitados foi apontada como o principal problema por 83,23% das empresas. O motivo também liderou na edição de 2010. A deficiência na formação básica foi lembrada por 58,08%. Metade das empresas afirmou que precisa treinar entre 41% e 80% dos funcionários recém-contratados.

“Os profissionais chegam ao mercado com dificuldades básicas como fazer contas ou interpretar textos. Esse quadro gera outro problema para as companhias, que precisam investir cada vez mais em treinamento e capacitação, elevando seus custos e consequentemente reduzindo a sua competitividade”, afirma Resende.

Para driblar a falta de mão-de-obra, as empresas estão diminuindo as exigências na hora de contratar: 60% delas flexibilizaram ao contratar profissionais de nível técnico, abrindo mão de experiência (51%) e da habilidade (13%). Por outro lado, 54% das empresas não estão mais flexíveis na hora de contratar em cargos de nível superior.

Para reter os profissionais, 93% das empresas oferecem benefícios, sendo os mais comuns assistência médica e odontológica (87%) e a previdência privada (61%).

Fonte: G1