Felipe Homem
O estudante que se forma no ensino técnico no Brasil, normalmente, já está apto ao mercado de trabalho, inclusive, na área em que deseja atuar. Um estudo realizado pelo Ibope, por encomenda da Confederação Nacional das Indústrias (CNI), aponta que 90% dos entrevistados acreditam que a formação em cursos técnicos reflete em mais oportunidades de empregos, mesmo que, atualmente, concentre apenas 5% dos jovens estudantes no País. E isso é uma realidade.
A pesquisa ouviu duas mil pessoas maiores de 16 anos, em 143 municípios. O estudo nos faz refletir. Se por um lado mostra a importância e as oportunidades profissionais geradas pelo ensino técnico, por outro reflete ainda um desinteresse pela modalidade. E em um país como o Brasil, no qual há um apagão de bons profissionais, o que está obrigando as indústrias a buscarem especialistas no exterior, esse cenário precisa ser revertido. Na Alemanha, por exemplo, país que lidera os índices de tecnologia na Europa, 70% dos alunos do Ensino Médio fazem cursos técnicos. Na América do Sul, a Argentina e o Chile também estão à nossa frente nesse quesito. É hora então de chamar a atenção do jovem para o ensino técnico. Trata-se de uma oportunidade para o Brasil resolver problemas de mão de obra qualificada. Além disso, as companhias podem aliar a experiência à juventude, oferecendo oportunidades de crescimento a esses profissionais. Sem falar nos salários, que podem chegar a cinco mil reais e aumentam cerca de 260% em 10 anos.
Desenvolver profissionais com visão empreendedora, capacidade de interagir, negociar e solucionar conflitos, liderança e atualização tecnológica, são esses os objetivos dos cursos técnicos e é por isso que as empresas demandam esse especialista. A especialização não só recheia o currículo do estudante, como o coloca dentro do mercado de trabalho. Vale a pena tentar!
Gerente de Gestão e Tecnologia da Fundatec